Como Pagar Menos Impostos: Dicas Práticas e Legais para Economizar

Escrito por Contabilidade Cidadã
em 3 de agosto de 2024

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Como Pagar Menos Impostos: Dicas Práticas e Legais para Economizar

Pagar impostos é uma obrigação de todos os cidadãos e empresas, mas existem maneiras legais de reduzir essa carga tributária. Neste artigo vamos mostrar como pagar menos impostos de forma simples e direta. Abordaremos estratégias práticas, exemplos reais e dicas úteis para que você possa economizar de maneira correta e dentro da lei.

Introdução

Pagar impostos é uma realidade para todos. Seja pessoa física ou jurídica, a carga tributária pode ser pesada. No entanto, existem maneiras legais de reduzir os impostos, e é isso que vamos discutir neste artigo. Entender o sistema tributário e aplicar algumas estratégias pode resultar em uma economia significativa.

Entendendo o Sistema Tributário


O Que São Impostos?

Impostos são valores pagos obrigatoriamente ao governo por indivíduos e empresas. Esses valores são utilizados para financiar serviços públicos essenciais, como saúde, educação, segurança, infraestrutura, entre outros. A arrecadação de impostos é fundamental para o funcionamento do Estado e para garantir o bem-estar da população.

Tipos de Impostos

Os impostos podem ser classificados de acordo com a esfera do governo que os arrecada: federais, estaduais e municipais. Cada um desses níveis de governo tem a responsabilidade de gerir determinados tipos de impostos, que são usados para financiar serviços e projetos específicos.

Impostos Federais

Os impostos federais são administrados pela União e têm abrangência nacional. Alguns exemplos incluem:

  • Imposto de Renda (IR): Cobrado sobre a renda de pessoas físicas e jurídicas. Ele incide sobre os ganhos obtidos, como salários, aluguéis, investimentos, entre outros.
  • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): Incide sobre produtos industrializados, sejam eles nacionais ou importados. O valor varia conforme o tipo de produto.
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): Recolhida das empresas, com o objetivo de financiar a seguridade social, que inclui saúde, previdência e assistência social.


Impostos Estaduais

Os impostos estaduais são geridos pelos estados e pelo Distrito Federal. Eles financiam serviços estaduais, como educação pública, segurança e infraestrutura. Exemplos de impostos estaduais são:

  • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): Incide sobre a circulação de mercadorias e a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação. Ele é um dos principais impostos estaduais e tem alíquotas que variam de acordo com o produto ou serviço.
  • Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): Cobrado anualmente sobre a propriedade de veículos automotores, como carros, motos e caminhões.
  • Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD): Incide sobre a transferência de bens por herança ou doação.


Impostos Municipais

Os impostos municipais são cobrados pelos municípios e destinam-se ao financiamento de serviços locais, como limpeza urbana, manutenção de praças e parques, e serviços de saúde e educação municipais. Alguns exemplos são:

  • Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): Incide sobre a propriedade de imóveis urbanos, como casas, apartamentos e terrenos. O valor é calculado com base no valor venal do imóvel.
  • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS): Cobrado sobre a prestação de serviços realizados por empresas e profissionais autônomos. A alíquota varia conforme o tipo de serviço prestado.
  • Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI): Incide sobre a transferência de propriedade de imóveis por ato oneroso, como compra e venda.


Por Que Pagamos Impostos?

Pagamos impostos para garantir que o governo tenha recursos para manter serviços essenciais para a sociedade. No entanto, é possível reduzir essa carga sem infringir a lei.

Como Pagar Menos Impostos: Estratégias Legais


1. Escolha o Regime de Tributação Adequado

Existem diferentes regimes de tributação para empresas. Escolher o correto pode fazer uma grande diferença.

Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime tributário criado para simplificar a vida das micro e pequenas empresas no Brasil. Implementado pela Lei Complementar nº 123, de 2006, ele unifica diversos impostos em uma única guia de pagamento, facilitando o cumprimento das obrigações fiscais e reduzindo a carga tributária para esses empreendimentos. Este regime é destinado a empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Vantagens do Simples Nacional


Menor Burocracia

Uma das principais vantagens do Simples Nacional é a significativa redução da burocracia. Em vez de lidar com múltiplos impostos, cada um com suas próprias datas e formas de pagamento, as empresas optantes pelo Simples Nacional realizam um único pagamento mensal. Este pagamento unificado inclui impostos federais, estaduais e municipais, como:

  • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
  • Programa de Integração Social (PIS)
  • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
  • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
  • Imposto sobre Serviços (ISS)

Essa simplificação permite que os empresários gastem menos tempo e recursos gerenciando suas obrigações fiscais e possam focar mais em suas atividades principais.

Redução da Carga Tributária

O Simples Nacional também oferece uma redução na carga tributária. As alíquotas são progressivas e variam de acordo com a receita bruta anual da empresa e o tipo de atividade exercida. Isso significa que, em muitos casos, as micro e pequenas empresas pagam menos impostos do que pagariam em outros regimes tributários. Além disso, o cálculo dos tributos é mais fácil e transparente, ajudando os empresários a planejarem melhor suas finanças.

Desvantagens do Simples Nacional


Limite de Faturamento

Uma desvantagem do Simples Nacional é o limite de faturamento. Atualmente, apenas empresas com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões podem optar por este regime. Empresas que ultrapassam esse limite são obrigadas a migrar para outro regime tributário, como o Lucro Presumido ou o Lucro Real, o que pode resultar em aumento da carga tributária e mais burocracia.

Não Se Aplica a Todas as Atividades

Outra limitação do Simples Nacional é que ele não se aplica a todas as atividades econômicas. Algumas empresas, mesmo que se enquadrem no limite de faturamento, não podem optar por este regime devido à natureza de suas atividades. Por exemplo, instituições financeiras, seguradoras, e algumas prestadoras de serviços específicos estão excluídas do Simples Nacional. Portanto, é importante que os empresários verifiquem se suas atividades são elegíveis para este regime antes de fazer a opção.

O Simples Nacional é uma excelente opção para micro e pequenas empresas que buscam simplificar suas obrigações fiscais e reduzir sua carga tributária. No entanto, é essencial estar ciente das limitações de faturamento e das atividades permitidas para garantir que o regime é adequado para o seu negócio. Com a devida análise e planejamento, o Simples Nacional pode proporcionar uma gestão mais eficiente e menos onerosa, permitindo que os empresários foquem no crescimento e desenvolvimento de suas empresas.

Lucro Presumido

O Lucro Presumido é um regime tributário utilizado por empresas no Brasil para a apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Nesse regime, a base de cálculo dos impostos é determinada a partir de uma margem de lucro presumida, fixada pela legislação tributária, ao invés do lucro real obtido pela empresa. Esta forma de tributação pode ser vantajosa ou desvantajosa, dependendo do perfil da empresa e de sua margem de lucro real.

Vantagens do Lucro Presumido


Simplicidade no Cálculo

Uma das principais vantagens do Lucro Presumido é a simplicidade no cálculo dos tributos. A empresa não precisa apurar o lucro real para determinar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Em vez disso, aplica-se um percentual fixo sobre a receita bruta, que varia conforme a atividade da empresa, para determinar a base de cálculo dos impostos. Esses percentuais são estabelecidos pela legislação e geralmente são:

  • 8% para atividades comerciais, industriais e de serviços de transporte (exceto transporte de carga, que é 16%)
  • 32% para prestação de serviços em geral, profissionais liberais e locação de bens imóveis ou móveis

Essa simplificação reduz a necessidade de controles rigorosos sobre receitas e despesas e facilita o cumprimento das obrigações fiscais.

Vantajoso para Empresas com Margens de Lucro Altas

Para empresas que possuem margens de lucro reais superiores às margens presumidas pela legislação, o regime de Lucro Presumido pode resultar em economia tributária. Isso ocorre porque a base de cálculo dos impostos é menor do que seria se fosse apurado o lucro real, permitindo que essas empresas paguem menos impostos.

Desvantagens do Lucro Presumido


Pagamento de Impostos Superiores ao Necessário

Uma das desvantagens do Lucro Presumido é que, em situações onde a margem de lucro real da empresa é inferior à margem presumida, a empresa pode acabar pagando mais impostos do que o necessário. Isso ocorre porque os impostos são calculados com base em uma margem de lucro fictícia, que pode não refletir a realidade econômica da empresa. Em cenários de baixa lucratividade ou prejuízo, essa forma de apuração pode se tornar bastante onerosa.

O Lucro Presumido é uma opção interessante para empresas que buscam simplicidade no cálculo de impostos e que possuem margens de lucro altas. No entanto, é essencial que os empresários analisem cuidadosamente sua margem de lucro real e comparem com a margem presumida para verificar se este regime é realmente vantajoso para sua empresa. Para empresas com margens de lucro menores ou com grande variação nos resultados, pode ser mais apropriado considerar outros regimes tributários, como o Lucro Real, para evitar pagamentos excessivos de impostos. A escolha do regime tributário deve ser feita com base em uma análise detalhada das características e necessidades específicas de cada empresa, visando otimizar a carga tributária e garantir a sustentabilidade financeira do negócio.

Lucro Real

O Lucro Real é um regime tributário obrigatório para empresas com faturamento anual superior a R$78 milhões, mas também pode ser adotado por empresas de menor porte que desejem apurar seus impostos de forma mais precisa. Nesse regime, o cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é feito com base no lucro efetivo da empresa, isto é, a diferença entre a receita total e as despesas dedutíveis ocorridas no período.

Vantagens do Lucro Real


Economia Tributária em Casos de Prejuízos ou Margens de Lucro Reduzidas

Uma das principais vantagens do Lucro Real é a possibilidade de pagar menos impostos se a empresa apresentar prejuízos ou margens de lucro reduzidas. Diferentemente do Lucro Presumido, onde os impostos são calculados com base em uma margem de lucro pré-fixada, no Lucro Real os tributos incidem sobre o lucro efetivo. Portanto, se a empresa tiver prejuízos ou um lucro pequeno, a carga tributária será proporcionalmente menor. Isso torna o Lucro Real uma opção interessante para empresas que enfrentam oscilações na lucratividade ou que têm despesas significativas que podem ser deduzidas.

Desvantagens do Lucro Real


Maior Complexidade no Cálculo

Uma desvantagem significativa do Lucro Real é a maior complexidade no cálculo dos impostos. A empresa precisa manter um controle rigoroso e detalhado de todas as receitas e despesas, uma vez que a base de cálculo do IRPJ e da CSLL depende diretamente desses valores. Isso exige uma contabilidade bem estruturada e atualizada, além de um bom sistema de gestão financeira.

Exigência de Controle Rigoroso da Contabilidade

No regime de Lucro Real, a empresa deve seguir práticas contábeis rigorosas e estar preparada para auditorias fiscais. Todas as transações devem ser registradas de maneira precisa e conforme as normas contábeis vigentes, o que pode aumentar os custos com serviços contábeis e administrativos. Além disso, é necessário estar atento às constantes mudanças na legislação tributária para evitar penalidades e autuações por parte da Receita Federal.

O Lucro Real é um regime tributário mais detalhado e complexo, porém pode ser altamente vantajoso para empresas com margens de lucro variáveis ou com despesas dedutíveis significativas. Enquanto a exigência de um controle contábil rigoroso e a maior complexidade no cálculo dos impostos podem representar desafios, os benefícios em termos de economia tributária podem compensar esses esforços, especialmente para empresas de grande porte ou aquelas que enfrentam flutuações financeiras. Para escolher o regime tributário mais adequado, é crucial realizar uma análise detalhada das características e necessidades específicas da empresa, considerando tanto as vantagens quanto as desvantagens de cada regime.

2. Aproveite Incentivos Fiscais

Existem diversos incentivos fiscais oferecidos pelo governo para estimular determinados setores da economia.

Pesquisa e Desenvolvimento

Empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) podem se beneficiar de deduções fiscais. Verifique se sua empresa se qualifica para esses incentivos.

Exportações

Produtos destinados à exportação podem ser isentos de alguns impostos, como ICMS e IPI. Certifique-se de aproveitar essas isenções se sua empresa atua no comércio exterior.

3. Realize um Planejamento Tributário

Planejamento tributário é a estratégia de organizar as finanças da empresa para pagar menos impostos de forma legal.

Redução da Base de Cálculo

Algumas despesas podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Exemplos incluem despesas operacionais, salários e benefícios dos funcionários.

Otimização do Fluxo de Caixa

Adiar o pagamento de impostos para momentos de maior disponibilidade financeira pode ajudar a manter o fluxo de caixa da empresa. Verifique as datas de vencimento e planeje seus pagamentos de acordo.

4. Utilize Benefícios Fiscais para Pessoa Física

Indivíduos também podem reduzir o valor pago em impostos através de deduções legais.

Despesas Médicas e Educacionais

Despesas com saúde e educação podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda. Guarde todos os comprovantes e recibos para incluir na sua declaração.

Doações e Contribuições

Doações a instituições de caridade e contribuições para fundos de aposentadoria privados podem reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda.

Exemplos Práticos de Como Pagar Menos Impostos


Exemplo 1: Pequena Empresa de Serviços

Uma empresa de serviços com faturamento anual de R$ 500 mil pode optar pelo Simples Nacional. Com isso, ela paga uma alíquota unificada que pode ser menor do que os impostos pagos no regime de Lucro Presumido.

Exemplo 2: Indústria de Médio Porte

Uma indústria com faturamento de R$ 10 milhões pode optar pelo Lucro Presumido. Se a margem de lucro real for maior que a presumida, essa escolha pode resultar em economia significativa no pagamento de impostos.

Exemplo 3: Pessoa Física com Alta Renda

Um profissional autônomo com renda anual de R$ 200 mil pode deduzir despesas médicas e educacionais, além de contribuições para previdência privada. Isso reduz a base de cálculo do Imposto de Renda, resultando em menor valor a pagar.

Conclusão

Pagar menos impostos de forma legal é possível através de um bom planejamento e conhecimento das leis tributárias. Escolher o regime de tributação adequado, aproveitar incentivos fiscais e realizar um planejamento tributário são estratégias eficazes para reduzir a carga tributária. Além disso, indivíduos também podem se beneficiar de deduções legais para reduzir o valor pago em impostos.

Lembre-se de sempre buscar a orientação de um contador ou consultor tributário para garantir que você está aproveitando todas as oportunidades disponíveis para pagar menos impostos.

 

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