O setor de varejo está em alerta com a proposta dos bancos de eliminar o parcelamento sem juros no cartão de crédito. Esta mudança, segundo entidades do setor, poderia afetar significativamente as vendas, impactando a economia e o déficit de estatais. O parcelamento sem juros é visto como um direito essencial para o consumidor, permitindo compras parceladas sem encargos adicionais.
O Movimento “Parcelo Sim”
A União das Entidades
O movimento “Parcelo Sim”, reúne 11 entidades significativas do varejo e serviços. Essas entidades incluem a Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Juntas, elas buscam influenciar as autoridades dos poderes Executivo e Legislativo para preservar o parcelamento sem juros, considerando a proposta dos bancos como um prejuízo aos lojistas e consumidores.
Dados Relevantes
Além dos dados da CNC e do Datafolha, o movimento “Parcelo Sim” enfatiza a importância de informar a população sobre as consequências negativas de alterar o parcelamento sem juros. Este método de pagamento é preferido por uma grande maioria dos consumidores, indicando sua relevância no mercado.
Perspectivas e Opiniões
Visão das Entidades
Líderes de entidades como Paulo Solmucci Júnior, da Abrasel, e Décio Lima, do Sebrae, reforçam a importância do parcelamento sem juros. Eles destacam que esta modalidade é crucial não só para consumidores, mas também para lojistas, especialmente os pequenos e médios empresários, que dependem dessa flexibilidade para sustentar suas vendas e serviços.
Contraponto dos Bancos
Os bancos, buscando recuperar vantagens competitivas, defendem a limitação do parcelamento. Henrique Lian, da Proteste, ressalta que o Estado tem o dever constitucional de proteger os consumidores, frequentemente os mais afetados em tais situações. Este debate se intensifica com a proposta do Banco Central de limitar o parcelamento a 12 vezes, uma medida vista como insuficiente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e anticoncorrencial por outros setores.
O embate entre as entidades de varejo e os bancos, sob a observação do governo e do Banco Central, reflete uma tensão entre a necessidade de proteger os consumidores e a busca por um sistema financeiro mais equilibrado e menos oneroso.
Conclusão
Enquanto as entidades de varejo defendem sua manutenção para proteger os consumidores e a economia, os bancos buscam reformas para equilibrar os custos do crédito. O resultado dessa disputa terá implicações significativas para o mercado, os consumidores e, potencialmente, para o déficit de estatais.
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