Em um cenário de constantes mudanças, avanços tecnológicos, e mais recentemente com a chegada das IAs, a contabilidade, uma das profissões mais tradicionais e respeitadas do país, enfrenta um dilema que tem desafiado sua essência. A pressão por honorários mais baixos e a crescente digitalização dos serviços têm levado muitos profissionais a questionar o futuro da profissão.
A contabilidade, historicamente, tem sido a espinha dorsal das empresas, garantindo a correta aplicação das leis fiscais e proporcionando assessoria na tomada de decisões. No entanto, com a entrada de empresas de contabilidade digital no mercado, que oferecem serviços a preços irrisórios e até mesmo gratuitos, a profissão tem sido desvalorizada.
O Conselho Federal de Contabilidade, assim como, os Conselhos Regionais, órgãos que regulamentam a profissão, tem sido alvos de críticas. Muitos contadores sentem que, em comparação com entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o CFC e os CRCs não tem sido tão atuantes na defesa dos interesses da classe. A ausência de uma tabela de honorários, por exemplo, é vista por muitos como um fator que contribui para a desvalorização dos serviços contábeis.
Além disso, a percepção equivocada de que a contabilidade se resume a “apertar botões” tem prejudicado a imagem do contador. A especialização, que exige investimento de tempo e dinheiro, muitas vezes não é reconhecida, e profissionais altamente qualificados se veem obrigados a competir com preços aviltantes.
No entanto, em meio à crise, há também espaço para reflexão e reinvenção. Muitos contadores têm buscado se especializar em áreas específicas, como auditoria, assessoria tributária e perícia, buscando uma remuneração mais justa. Outros têm defendido a ideia de que a qualidade do trabalho é o que traz satisfação pessoal e que é preciso focar em clientes que reconheçam o valor do serviço prestado.
A contabilidade, como muitas outras profissões, está em um momento de transição. A digitalização é uma realidade, mas não pode ser vista como uma ameaça, e sim como uma oportunidade. O desafio é encontrar um equilíbrio entre a tradição e a modernidade, garantindo que a essência da profissão seja preservada.
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